Enquanto eu caminhava em direção á rodoviária, eu não conseguia controlar a sensação de que eu estava no lugar em que eu sempre quis estar. Isso é estranho, porque quem conviveu comigo por um tempo, sabe que o "meu lugar" era numa faculdade, longe daqui, ficando muito bêbada e tentando ser alguém na vida. Até pouco tempo atrás, eu mesma achava que esse era o meu lugar, o meu "final perfeito", por assim dizer. Mas eu evitava pensar nisso, porque sabia que faltava algo. Que existiria um vazio. Pensando bem, esse vazio sempre existiu. Eu vivia na vida das pessoas e elas na minha, mas eu não pertencia á elas, e elas não pertenciam á mim.
Mas de um tempo pra cá, eu venho sentindo uma estranha falta. E hoje eu percebi que a falta que eu sentia, era a falta do vazio. É complicado demais para explicar, mas apenas hoje eu percebi que eu, finalmente, pertencia á alguém. E esse pertencer não é aquele clichê de “eu pertenço á ele, vou viver a minha vida de acordo com ele, ele manda em mim e eu mando nele”. O que eu sinto é mais como um estado de espírito. É como se a minha alma finalmente encontrasse um descanso, um alguém sobre a qual ela pudesse repousar. Um lugar onde ela finalmente pudesse ser única, após anos procurando.
E mais do que paz de espírito, do que descanso da alma, o fato de eu pertencer á alguém significa que tudo se tornou novo pra mim. Que eu não sei lidar muito bem com esse novo momento em que eu estou vivendo. Mas pela primeira vez, eu não sinto medo de “desconhecido”, porque o desconhecido é você. E se tem algo que eu quero te falar há tempos é que você sempre foi familiar pra mim. Eu sempre tive uma confiança inabalável em você, mesmo quando a gente não se falava direito. E eu sentia vontade de te tocar, de sentir a sensação da tua pele na minha, de conhecer tuas vontades, teus mundos, o teu real ser.
E eu conheci. Eu te conheço melhor e mais profundamente a cada dia que passamos juntos, a cada abraço, e a cada momento casal que nós temos. E eu me encanto demais com o que eu vejo. Eu me encanto com a forma como você me trata, pelo jeito que você me olha, pela forma como sorri ao me apresentar para os teus amigos.
Eu não sei se eu deixo explicito o quanto eu te amo, o quanto você me mudou e como eu me sinto bem ao teu lado. Tenho medo de o “eu te amo” que eu falo parecer uma obrigação ou se desgastar com a rotina, mas o que eu quero que você saiba, meu amor, é que eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida. Que cada momento que eu passo junto a ti me faz desejar ficar anos contigo e que eu sou a mulher mais feliz e realizado do planeta apenas por você me chamar de SUA mulher.
Eu quero passar cada momento da minha ao teu lado, quero morar junto, conhecer outros lugares e pessoas, descobrir novos sabores e sensações, gostar (e odiar) de coisas supérfluas. Quero acordar com o teu beijo de bom dia, ficar na cama cheia de preguiça, te contando sobre os meus sonhos estranhos. Quero tudo e quero nada, desde que esse nada seja ao teu lado. Quero viver a minha vida pertencendo a tua vida.
Eu te amo muito, de formas que até eu mesmo desacredito, ás vezes. E confio muito em você. E quero que você saiba que eu sempre estarei com você. Eu te amo demais, meu amor lindo. Muito obrigada por esses quase nove meses!